É incrível!
Metade do caminho, uma barriga linda e enorme, Theo mexendo e já sendo sentido do lado de fora, e minha cabeça a mil.
Muitas dúvidas que já não esperava ter agora sobre o parto. E será como tiver que ser, porque tô sendo acompanhada pelos melhores profissionais que eu poderia ser aqui no Rio.
O que sinto é que preciso confiar em mim, só em mim, e no meu corpo e minha mente.
Mas o engraçado não é falar disso agora, porque é normal uma mulher empoderada, porém uma mistura de natureba com intervencionista (detesto o em cima do muro, putz!! e olha eu aqui) ter dúvidas diante de alguma intercorrência em uma gravidez com alguns pequenos, porém sérios probleminhas. O mais engraçado e triste é enxergar que nem todo mundo tá aqui pra te apoiar no que você deseja. Alguém que você esperaria te apoiar. É chato.
Por mais dúvidas que eu tenha, o que eu desejo é um parto domiciliar, na minha casa, no meu lugar, com meu companheiro, com minha filha, no meu cheirinho de lençol, enfim, no meu canto mamífero. E como tenho dúvidas e a cabeça a mil, esperaria de determinadas pessoas algo como: será possível sim! Confia, acredita!
E quer saber?? de quem eu preciso de verdade, eu tenho força e abraço na hora certa!!! É isso que importa.
beijos beijos
How long!!!
Dandara vê bebês e anda mais carinhosa, chega pra mim e sempre diz: ai, mamãe, que bunitinho, né?? igual ao Theozinho... É lindo de se ver e ouvir.
Muito trabalho, que aliás anda muito estressante. Preciso de férias mesmo. Janeiro tá quase aí e vou dar uma relaxada, pensar na minha casinha, na minha familinha, claro sabendo que VOU receber os telefonemas básicos do escritório ou qualquer pepino que surgir, não tem jeito de correr. Mas preciso desconectar da mulher profissional pelo menos por um momento.
Final de semana passado consegui a proeza de relaxar mesmo. Fiquei alguns poucos minutos na piscina, de olho fechado, curtindo a vida, sem pensar em nada. Nem sabia mais como era isso, e se isso ainda era possível com uma casa, marido, filha de quase 3 anos e bebê a caminho. Me permiti, sem culpas, a dedicar alguns minutos só pra mim mesmo, sem ouvir nada, a não ser o som do meu corpo. Me fez muito bem, e voltei pra vida cotidiana como se tivesse tirado férias. Disse pro Edu que precisamos fazer isso mais vezes!!
Decidimos trocar Dandara de escola, e acreditamos que dará super certo, apesar do momento de grande mudança que é a chegada do seu irmão. Preferimos mudar agora, onde poderei me dedicar exclusivamente para sua adaptação na nova escola, ao invés de permanecer mais um ano na escolinha dela, que acreditamos na proposta, mas não me adaptei, a verdade é essa. E alguns sinais de Dandara me dizem que ela também não, apesar do saldo ser positivo.
Faltam 2 meses pro niver da florzinha, que tô adorando preparar, a Cinderela e suas nuances que Dandara tanto adora, suas fantasias, castelos, vestidos, amores, bibitibopitibuuuum!!!!
E lá se vai mais um ano!!!
Gases nossos de cada dia
Ontem fiquei bem incomodada e senti cólica... de gases. Aff
Hoje fazemos 12 semanas, completando o terceiro mês, saindo daquela sensação constante de perigo, por mais que eu tentasse abstrair e só curtir.
Terça temos a translucência nucal, que foi um pedido do Edu. Já tinha decidido que não ia fazer, mas pra ele é importante e depois de muito conversarmos, inclusive com a helô e com o médico da ultra, decidimos fazer.
Ah! minha barriga tá grandinha, bem maior que da Dandara nesta época.
Bjs bjs
E lá vamos nós de novo!!!
Tanta coisa aconteceu... e a melhor novidade de todas é que ESTOU GRÁVIDA!!!
11 semaninhas hoje!
A ficha custou a cair. Esta semana tirei a primeira foto, só pra terem uma idéia de como estava minha cabeça.
Com 7 semanas, tive um sangramento leve que me fez ficar 12 dias de repouso absoluto. E então lembrei de tudo que me aconteceu há pouco mais de um ano, o bebezinho que havia me escolhido por tão pouco tempo... E agora lá vamos nós de novo!!!
E como já era esperado, quem me acompanha no pré-natal é a Heloísa.
Esta sim é a grande jornada desta gravidez!!
Entender meus medos, criar um vínculo com esta pessoa tão especial e competente que é a Helô.
Edu embarcou nesta comigo, de corpo e alma, e outro dia soube que ele já comenta sobre o parto natural com os amigos! Achei o máximo!!! E devagarzinho vamos entrando neste caminho sem volta que é o empoderamento, a maternidade e paternidade conscientes.
Até exatas 10 semanas, enjoei muuuito. Conseguia comer, não vomitava, mas nossa, o enjôo da gravidez é diferente de TODOS os enjôos que já senti pela vida, eolha que fui aquela criança que enjoava em TODAS as viagens de carro, ônibus, avião, tudo! É um enjôo insuportavelmente confortante (??). Sim!!! meu corpo dá sinal de que está mudando, que entende que recebe um serzinho tão pequeno e tão dependente, que reage da maneira mais bela da lei da física de ação e reação!!!
Tenho tanta coisa pra contar!!! A relação da Dandara com o seu irmão/a, de trabalhar grávida, tanta tantas novidades pra mim!!!
Volto volto logo!!!
Beijos de uma prenha muito feliz!!!
5 coisas que não sou, gostaria de ser, mas arrisco...
2. Cozinheira... quando eu faço o que já sei, dá super certo. Experimento muito, dá certo também. Agora quando invento uma coisa da minha cabeça sem nem olhar uma receitinha básica, pronto, já era. Mas em geral, faço uma comidinha gostosinha.
3. Paciente... tenho respirado fundo, mesmo nos dias de tpm horrorosa. Tô bem melhor que antes, mas ainda bem longe do que gostaria.
4. Natureba e agroecológica total... adoro comer todos os legumes ensopadinhos que faço, as verdurinhas, os bolos e pães integrais, sempre busquei uma qualidade e segurança alimentar, mas gente, deu uma hora da tarde, tô saindo do trabalho pra pegar a Dandara, morrendo de fome, passo em frente ao MC, paro no Drive e peço um cheddar. PQP, não resistoooooo
5. Organizada... detesto ver a casa bagunçada, as coisas fora do lugar. Adoro tudo arrumadinho, mas ao abrir meu guarda-roupa, tenho que encostar na porta pra não cair tudooo. O que está a vista em casa está arrumado, mas dentro dos armários...!!!!!!! aff. Com a cozinha e as coisas da Dandara, tenho conseguido ser organizadíssima. Palmas!! mas ainda falta muuuito. Minha bolsa é uma zona, toca o celular e eu fico procurando até que quando acho, ele pára de tocar. Documentos estão guardadinhos em uma pasta, mas onde coloquei a pasta??? Um dia eu chego lá...
Essa brincadeira recebi na queridona Ana Sixx, do blog http://www.anasixx.blogspot.com/
Convido pra brincar também:
Gabi, do http://amaesoueu.blogspot.com/
Ronny, do http://mundoecotidiano.blogspot.com/
Dani, do http://www.fazendopose.com.br/blog/
Thaty, do http://www.gotasdaalma.blogspot.com
Confissões da mãe
Vidro de palmito
Edu viajando... nenhuma faca deu jeito...
Abri!!!!
Só de raiva comi o palmito TODOOOO!
Já tô com saudade!!!
Tu
É zero caloria
me abre o apetite
Só de te olhar eu sinto fome
Chamo pra dançar e tô aceito
No pé de serra a gente se come
Com pimenta malagueta
O coração bate
Olha que eu tô de dieta
Mas tu é light
Tu É passo leve de guiar
Tu é proza boa de curtir
Tu é moça feita pra casar
E eu como é quando da na veneta
É doce mas eu posso abusar
Da sua entrada
Do prato principal
Sem medo porque tu não tem colesterol
Sem medo porque tu
Sem medo porque
Sem medo porque tu...És uma magrita gostosa!
"Tu - Maurício Baia"
SEMANA MUNDIAL PELO RESPEITO AO NASCIMENTO - EU APÓIO!!
*"Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento 2009:a gente apóia essa idéia!
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS
Por uma nova forma de gestar, parir e nascer!
De 11 a 17 de maio diversos países estarão comemorando a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento (SMRN). Para marcar a data no Brasil, a Rede Parto do Princípio (www.partodoprincipio.com.br) realiza uma exposição nacional com fotos em preto e branco de mulheres brasileiras no momento do nascimento de seus filhos. A exposição acontece simultaneamente em várias cidades do país e tem como objetivo incentivar o vínculo afetivo entre mãe e filho, a amamentação na primeira hora de vida e o parto humanizado. Em alguns municípios a exposição começa mais cedo, em comemoração ao Dia das Mães ou estende-se por mais tempo. (Confira abaixo a relação de locais e datas).
A Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento (www.smar.info ), iniciativa da Associação Francófona pelo Parto Respeitoso ("Alliance Francophone pour l'Accouchement Respecté" - www.afar.info) é celebrada anualmente, desde 2004, durante o mês de maio em diversos países.Este ano, a campanha aborda O aumento da taxa de cesarianas no mundo com o slogan Diga não à cesárea desnecessária!
A Parto do Princípio é uma rede de mulheres, consumidoras e usuárias do sistema de saúde brasileiro, que oferece informações sobre gestação, parto e nascimento baseadas em evidências científicas e recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Conta hoje com mais de 300 pessoas trabalhando voluntariamente, em 16 estados e no Distrito Federal, na divulgação dos benefícios do parto ativo.
Para a Parto do Princípio, a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento é uma ocasião para reafirmar publicamente que a reprodução humana é um fato social em primeiro lugar; que a mudança é possível e que nunca é tarde para que os profissionais e os estabelecimentos médicos revejam suas práticas.
Para a realização da Exposição, a Rede contou com o apoio do Guia do Bebê (www.guiadobebe.com.br).
Os riscos da cesariana
No Brasil, 79,7% dos partos no setor privado1 são cesarianas, em sua maioria eletivas – realizadas antes do trabalho de parto – o que claramente revela o desconhecimento da população acerca dos riscos intrínsecos à realização desta cirurgia.
Mesmo no setor público, as taxas 27,5% de cesariana atingem praticamente o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que é de 15%. Entretanto, este excesso de cirurgias cesarianas não reflete em melhores resultados maternos e neonatais, visto que o Brasil, desde a inclusão da “cultura da cesárea” não apresenta redução nos seus altos índices de mortalidade materna (75 mulheres a cada 100 mil nascido vivos), segundo a conceituação da OMS (que aceita um índice de 20 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos).
É necessário que a sociedade se mobilize divulgando ações e disseminando informações acerca deste tema, para que nossas mulheres e crianças não sejam submetidas a riscos aumentados – na maioria das vezes, desnecessários – em um momento que deveria ser de tranquilidade, intimidade e segurança.
ALGUNS RISCOS DA CESARIANA
Para a Mãe
- Maior risco de Morte Materna em decorrência da cirurgia (2,8% maior na cesariana eletiva quando comparada ao parto vaginal)
- Maior risco de Histerectomia – retirada dos órgãos reprodutivos
- Maior probabilidade de Internação Prolongada
- Maior chance de desenvolver Infecção
- Risco aumentado de Depressão Pós-Parto
- Dor generalizada ou no local da cirurgia
- Risco de criação de Coágulos Sanguíneos e Trombose
- Corte Cirúrgico Acidental em outros órgãos
- Obstrução Intestinal
Para o Bebê
- Contato Tardio com a mãe
- Corte Cirúrgico acidental
- Maior probabilidade de Fracasso no Aleitamento Materno
- Maior dificuldade para estabelecer o Vínculo Afetivo
- Desconforto Respiratório por iatrogenia – interferência médica no processo natural
- Maior possibilidade de desenvolver Asma
Para Gestações Futuras
- Aumento das taxas de Infertilidade
- Maior possibilidade de Gravidez Ectópica
- Maior possibilidade de Placenta Prévia
- Riscos aumentados de Ruptura Uterina
- Dor abdominal decorrente de Aderências – outros órgãos aderem à cicatriz cirúrgica
- Descolamento Prematuro de placenta"
* Texto retirado do site www.partodoprincipio.com.br
Esqueça a técnica depois de aprendê-la
Filha é filha
Quando brinco com a Dan, eu me vejo brincando com minha mãe. A vó da Dandara, a vovó Isaura, sentava com as suas meninas pra brincar de comidinha, de casinha, de mamãe, de Barbie, de escolinha, de escritório, de roda, de mãozinha (uma música portuguesa) e outras tantas brincadeiras. A minha mãe, como eu a chamava, era muito ocupada, fazia absolutamente tudo sozinha dentro de casa, com extrema perfeição, sem acumular roupa no cesto ou pra passar, sempre com comida fresca no fogão, e quente, sempre com a casa limpa, a cama feita, a vaga na escola, a lista de material completa apesar da privação financeira, a alimentação mega saudável, e com uma úlcera nervosa acentuadíssima que quase a levou a morte tempos depois. Essa mulher ocupada brincava com suas filhas. Aquela mulher que vivia nervosa, batia na gente, fazia conosco o que aprendeu com seus pais, a resolver as experimentações e peraltices infantis no tapa, aquela mulher que tinha um casamento naufragado, reinventou o seu dia-a-dia como mãe. Ela deu muito mais amor do que recebeu. Poderia ter dado mais? Poderia não ter errado tanto nos tapas e gritarias? Poderia ter feito melhor? Sim, todo mundo pode, mas o fato é que ela amou muito mais do que foi amada.
Tento curtir o momento, me envolver nas brincadeiras e sapequices da Dan. Passados 2 anos e 3 meses de vida, eu me vejo mais paciente diante de uma descoberta dela abrindo o tubo de "tomada" e se melecando toda, abrindo a bica do banheiro e molhando toda roupa, o chão, a casa toda. Eu chamo atenção, explico que não é legal, às vezes me estresso, sim, porque não tenho ainda a calma que gostaria de ter, mas respeito-a como criança que é. Ela simplesmente faz, sem entender ou conhecer as consequências, ela se arrisca, vive intensamente, e isso é tão lindo!! Ser amada como criança a faz segura de si, a não ter medo de absolutamente nada, e admirar a vida sem nenhum filtro.
E nesse caminho eu penso que ser mãe é saber valorizar este momento único de convívio com um ser que depende de você para tudo. É dar o seu melhor, é se deixar envolver pelo amor mais puro, pleno e básico por ser o que se é: mãe e filha.
Nosotros
Copo cheio
Acabei de conhecer esta música. Amo o Gil, eu e Edu escutamos muito, ele toca na viola várias, mas nós não conhecíamos esta música. Adoramos!!! Dica do CD da minha amiga Anita Sixx Garibaldi, do blog www.anasixx.blogspot.com
Copo vazio
música e letra: Gilberto Gil1974
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar
É sempre bom lembrar
Que o ar sombrio de um rosto
Está cheio de um ar vazio
Vazio daquilo que no ar do copo
Ocupa um lugar
É sempre bom lembrar
Guardar de cor
Que o ar vazio de um rosto sombrio
Está cheio de dor
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar
Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho
Que o vinho busca ocupar o lugar da dor
Que a dor ocupa a metade da verdade
A verdadeira natureza interior
Uma metade cheia, uma metade vazia
Uma metade tristeza, uma metade alegria
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor
A magia da verdade inteira, todo poderoso amor
É sempre bom lembrar
Que um copo vazio
Está cheio de ar
É isso!
Hoje eu a conheci de fato. Conversamos rapidamente, tantas mães e seus bebês que foram cuidados por ela, tanta gente com saudade daquela pessoa especial. Eu estava ali, tímida, observadora, receptiva, escutando e afirmando aqui dentro a minha certeza.
No meio de tanta gente, eu me senti pequenininha. Com tanta mulher que pariu, com tantos bebês nascidos naturalmente, eu me senti pequena, mas não menor. Me senti pequena nessa imensidão de famílias que optaram por um nascimento incomum, pelo resgate do bem nascer, pelo prazer do parto. Me senti feliz por ser tão pequena, por ser mais uma que deseja ser dona do corpo, do gestar e do parir, por ter visto que cada vez mais as mulheres buscam o bem viver. Que maravilha que na casa onde estávamos, já não cabíamos!
Me emocionei com tantos relatos, com a delicadeza com que ela colocava as nuances dos partos, com o jeito que cada mulher contava o seu momento luz, e como tudo o que eu ouvia entrava em meus ouvidos somente para reafirmar a certeza que está no meu coração.
Eu posso, eu quero, eu mereço, eu desejo!
Obrigada, meus deuses, por me fazer enxergar ainda nesta vida o resgate da minha essência, da essência da mamífera que sempre existiu, por si só, por ser simplesmente Renascida.
Lô Borges
Composição: Rogerio Freitas
Pela fresta desta janela
O engraçado do palhaço
Simples assim
1. Compartilhe tudo.
2. Jogue dentro das regras.
3. Não bata nos outros.
4. Coloque as coisas de volta onde pegou.
5. Arrume a sua bagunça.
6. Não pegue as coisas dos outros.
7. Peça desculpas quando machucar alguém.
8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar.
9. Dê descarga.
10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você.
11. Respeite o outro.
12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe.. e pinte... e cante... e dance... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.
13. Tire uma soneca às tardes.
14. Quando sair, cuidado com os carros.
15. Dê a mão e fique junto.
16. Repare nas maravilhas da vida.
17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também."
Despertar
É muito bom encarar a verdade, escolher consciente e ter a certeza de que fez o melhor. Mas não é fácil.
Eu achava que Dandara nunca precisaria ser medicada com antibiótico, esse anti vida que corta a chance de se renovar, do corpo e mente sairem mais fortes. Passei quase um ano sem levar Dandara na médica que acreditava, na homeopata que caminhava com a gente. Eu vacilei sim. Achei mesmo que a Dandara com sua fortaleza do peito de 2 anos e 2 meses aguentaria o tranco de várias horas de escola, maior exposição às doenças, desmame e desfralde. Não foi bem assim...
Dandara tomou uma bomba que em meia hora fez com que ela se sentisse melhor, indo contra todos os meus princípios, que não foram respeitados por mim desde o momento que achei que ela estava protegida por si só. Não estou aqui me culpando, estou refletindo.
Ela já tinha dado sinais de que não estava bem. Muito arredia, agitada, nervosa, percebi que estava muitas horas na escola, mais do que ela gostaria, apesar de ser a adequada para minha etapa profissional. Desmamou naturalmente, começamos então o desfralde, que foi uma etapa demorada e culminou numa gripe muito forte e numa perturbação e incômodos com o ambiente, levando a uma sinusite. Febre de quase 40 graus, num limite para uma internação. No meu limite com toda essa bola de neve. Eu não consegui encarar não medicar.
Em algum momento eu me perdi, acreditei no que não existia. Maternar consciente é um conjunto de fatores, de posturas e atitudes da família, do pai, da mãe e dos espaços que participamos, e do filtro que você põe em você mesma do mundo comum. Nossa, como tem horas que a gente se sente tão tão cansada de lutar contra o mundo! Pára tudo de novo!
Não preciso lutar contra nada, preciso ser a mudança que quero ver, ponto.
Estou mais forte, certa do que não quero, e voltando pros meus princípios, minhas raízes ecológicas, meu renascimento. Repenso minha profissão, o meu papel como mãe e o meu tempo para a vida que quero e acredito. E levo minha filha e meu companheiro comigo, porque somos um, cada dia mais, contando com nós mesmos e com a grande teia da vida.
Remamar...???
E eu dei.
Gente, como eu estava com saudade...
De ver seus olhinhos nos meus, da mãozinha sempre tão pequenina no meu rosto, da certeza de que ela está sendo alimentada, imunizada e amada.
Neste último mês que Dan desmamou, ela ficou muito diferente. Impaciente, gritona, chorona, estranha, me dizendo alguma coisa.
Penso que muito tempo na escolinha e pouco tempo em casa pode ter causado isso. Porém agora eu tenho certeza de que o desmame, mesmo que natural, mesmo que partido dela, a modificou. E como ela, desde ontem quando pediu o mamá no auge da segunda gripe em dois meses, está mais calma, mais sorridente, mais feliz. E como amamentar é muito muito mais do que alimentar. É corpo, é nutrição, é alma, é puro amor, é imunidade, é uma ligação eterna, é saúde pra sempre!
E assim vamos tocando o tempo, conhecendo e reconhecendo os sinais da vida!
Eu te amo, Dandara linda flor do meu jardim!
Parto e agricultura
Amanhã vou ouvi-lo de perto, numa palestra que a Re Bougleaux gravidíssima me convidou com muita doçura, e sinto como um grande privilégio ter uma pessoa ao meu lado que me possibilita tanta informação e o convívio com tantas pessoas afins. Obrigada, Re, por tudo!
E então eu tô aqui matutando o que a agricultura tem a ver com a forma de nascer. Gente, tem tudo a ver!! E de repente me bateu o estalo, aquele estalo de anos atrás, no segundo período de Agronomia na Rural, aquele caminho sem volta. O mesmo que me fez militar, acreditar e viver a justiça, o respeito e o amor pela vida e pela agricultura limpa, no seu mais profundo significado, o homem, o céu, a terra, o seu alimento do corpo e da alma, a autoestima, a Agroecologia.
Eu hoje me sinto como naquele dia, na volta do estágio de vivência em Santa Catarina. Pequenininha diante dos meus mestres que mostraram o caminho, companheiros do GAE.
Ana Sixx, Rê Bougleaux, Kely são as três que compartilham minhas angústias, alegrias e medos. Muitas outras mamíferas das listas, blogs e sites que nem sabem como iluminam meu caminho, mas estão ali, me mostrando o que já está entranhando na minha alma.
Essas meninas são tão fortes em suas maternagens que eu sinto como se já conhecesse a parteira da Cora, como se ela fosse uma grande amiga.
É idêntica a energia que sinto agora de quando encontro um companheiro agroecológico que nunca vi na vida, porque a gente se identifica nesta grande teia da vida.
Sinto como uma grande rede a agroecologia e o parto natural. Gente! estava ali na minha cara! Não tem mais volta, que lindo!
Com a mesma paixão e crença, viro a partir de hoje uma militante da alegria de nascer e viver! Da agricultura limpa e justa mais do que nunca, e do bem nascer agora e para sempre.
Mamãe eu quero mamá
Dia 13 de março, sexta-feira. Dandara acordou, ficou quietinha, eu ouvi de longe que ela estava acordadinha. Fui lá ver. Eu cheguei, ela disse bom dia mamãe, e veio no colinho. Brincamos as duas na cama, enquanto Edu fazia abdominal. Não pediu mamá. Á tarde, tínhamos o vôo pra SP. Não pediu pra mamá.
Dia 14 de março, sábado. Estávamos na casa da vovó Ana, e Dan super espoltinha como sempre, morrendo de sono e não dormia. E então eu ofereci o peito, ela pegou 2 segundos cada mamá, e não dormiu, foi correndo voltar a brincar.}
Dia 15 de março, domingo. Churrasco no tio Marcelo, todos da familiona do papai. Dandara brincou muito, curtiu a prima Analu, voltamos pra casa a noite e não houve se quer um "mamãe, qué mamá... agóia ôto mamá". Dan dormiu o vôo inteiro, chegou em casa embalada e só acordou de manhã.
Dia 16 de março, segunda. Acordamos cedo, semana começando, escolinha às 7:30 pra mamãe ir trabalhar. Não pediu pra mamá. Ficou o dia inteiro na escola. Levou 2 mordidas, não me pareceu abalada, contou quem tinha sido, tudo numa boa.
Dia 17 de março, terça. Manhã pra nos curtirmos, brincamos muito. Dan dormiu por quase 4 horas depois do almoço, passou a hora de ir pra escolinha, e quando acordou não quis ir, chorou e não pediu mamá. Fiquei preocupada com as mordidas, com os machucadinhos que vêm se repetindo. Amanhã temos conversa na escola.
Dia 18 de março, quarta. Dia longo, Dan fica na escolinha o dia todo de novo. Maior saudade, sempre que chego depois de um dia todo ela vem correndo quando chego pra apanhá-la e me abraça, diz "te ama""xaudade". Fez tudo igual, menos pedir pra mamá.
Dia 19 de março, quinta. Ficamos brincando de manhã, adorou o joguinho de opostos, no fim da manhã já estava associando os pares opostos, às vezes se irritava quando não dava certo, mas não pediu mamá. Ela fez cocô 2 vezes e em muita quantidade, tomou banho, almoçou muito bem, escovou os dentinhos e dormiu mais rápido do que de costume. Deitou e dormiu, como quase nunca. E não pediu mamá.
Dandara desmamou. É uma sensação maravilhosa e ao mesmo tempo agoniante. Foi do jetinho que eu acreditava que seria, do jeitinho que ela quis. Hoje comecei a cantar a música que ela adora e canta tão lindamente: mamamamamamãe eu quéio, mamãe eu quéio, mamãe eu quéio mamá, dá a supeta, dá a supeta, dá a supeta pro bebejinho não xôiá", aí ela falou: não qué mamá, mamãe, ôbigada. Foi muito engraçado, e eu me sentindo estranha por dentro, minha bebê é uma menininha. Uma bebê que recebeu muito colo, que foi ninada no colo, que dormiu conosco, que dorme com a gente quando quer, que mamou muuiito, que andou grudada com a mamãe pra cima e pra baixo, que demorou pra aceitar outros alimentos porque só queria mamar, que nunca ficou chorando sem que eu e o papai a acalentasse. Uma menininha espoleta, cheia de saúde e energia, livre, segura dentro do seu mundinho, aprendendo a se socializar, conhecendo outras formas de viver, outras pessoas, outros olhares.
Missão cumprida nesta etapa.
Volta
O dia tá lindo. Uma praia, o mato, frescor, uma redinha. O largo na mesma paz sem voz de sempre.
Passou.
Preciso mesmo viajar. Eu sou de lua e você sabe, sempre soube.
O meu bem meu mal é não viajar.
Vamos viajar?
Quebra-cabeça de 100 peças
Para quem está acostumado a montar quebra-cabeças, juntar 100 pecinhas é moleza. 100 peças pra mim é coisa pra caramba. Talvez se eu tivesse exercitado essa façanha na infância, seria mais fácil agora encarar esse quebra-paciência. Mas o SE não existe na história. Taí a realidade, tenho que encarar.
Olho pro lado. Meus problemas são realmente pequenos diante da imensidão de doenças, de desastres, da fome, do analfabetismo, da miséria. São meus, um quebra-cabecinha de 100 peças? moleza resolver.
Conto um conto, aumento um ponto. Eu dou um puta valor pra tudo. Valorizo, elogio, me empolgo. Com as coisas inúteis também. Que linha tênue essa coisa de valor. A gente passa pela infância admirando e acreditando no que nossos pais nos mostram. A gente cresce cheio de coisas que não foram resolvidas na infância. A gente enlouquece tentando mudar nossos valores. A gente consegue ser a pessoa que desejamos ser. Vem um vento e desmonta o quebra-cabeça todo de novo. Aquele quebra-cabeça pequenino que você demorou anos pra montar.
Antes do vento tem sempre alguém pra te falar pra tomar cuidado, que o quebra-cabeça é frágil, uma brisa leva tudo.
Escolhi um quebra-cabeça com peças de madeira. Ía demorar o mesmo tempo para montá-lo, mas depois de montado, era mais difícil de ser desmontado. Consegui. Mas estava faltando uma peça, uma única peça. Caramba, veio com defeito ou eu a perdi? Poxa, que fácil colocar a culpa no fabricante. Eu a perdi, até mesmo porque fiquei anos pra montá-lo. Aquela mesa de centro que passou anos com as 100 peças em cima mudou de lugar, mas estavam todas lá. Ah! veio alguém e limpou. Será que foi ela? É fácil culpar alguém. Não importa quem foi, importa que o quebra-cabeça é meu e eu que sou responsável por ele. Perdi.
Um belo e iluminado dia passo pela mesma mesa, intacta por sinal, cheia de poeira, e vejo que aquela peça que falta não faz a menor diferença na foto do quebra-cabeça. É aquela peça que tem uma cor só, quase do canto do brinquedo, que não impede que eu entenda o que há na foto. Puxa, como eu pude ser tão tola e perder um tempo tão precioso da minha vida saudável e perfeita com uma peça, uma única peça?? Acordei.
Não gosto de quebra-cabeça mesmo.