É incrível!

Chegamos a 22 semanas.
Metade do caminho, uma barriga linda e enorme, Theo mexendo e já sendo sentido do lado de fora, e minha cabeça a mil.
Muitas dúvidas que já não esperava ter agora sobre o parto. E será como tiver que ser, porque tô sendo acompanhada pelos melhores profissionais que eu poderia ser aqui no Rio.
O que sinto é que preciso confiar em mim, só em mim, e no meu corpo e minha mente.
Mas o engraçado não é falar disso agora, porque é normal uma mulher empoderada, porém uma mistura de natureba com intervencionista (detesto o em cima do muro, putz!! e olha eu aqui) ter dúvidas diante de alguma intercorrência em uma gravidez com alguns pequenos, porém sérios probleminhas. O mais engraçado e triste é enxergar que nem todo mundo tá aqui pra te apoiar no que você deseja. Alguém que você esperaria te apoiar. É chato.
Por mais dúvidas que eu tenha, o que eu desejo é um parto domiciliar, na minha casa, no meu lugar, com meu companheiro, com minha filha, no meu cheirinho de lençol, enfim, no meu canto mamífero. E como tenho dúvidas e a cabeça a mil, esperaria de determinadas pessoas algo como: será possível sim! Confia, acredita!
E quer saber?? de quem eu preciso de verdade, eu tenho força e abraço na hora certa!!! É isso que importa.
beijos beijos

How long!!!





Então eu chego na 20a. semana. Gente, Théo tá mexendo bastante, Dandara começa a entender de fato que uma pessoa chamada irmão que ela denomina como "Pinxipe Théo" vai chegar e ser o seu amigo.
Dandara vê bebês e anda mais carinhosa, chega pra mim e sempre diz: ai, mamãe, que bunitinho, né?? igual ao Theozinho... É lindo de se ver e ouvir.
Muito trabalho, que aliás anda muito estressante. Preciso de férias mesmo. Janeiro tá quase aí e vou dar uma relaxada, pensar na minha casinha, na minha familinha, claro sabendo que VOU receber os telefonemas básicos do escritório ou qualquer pepino que surgir, não tem jeito de correr. Mas preciso desconectar da mulher profissional pelo menos por um momento.
Final de semana passado consegui a proeza de relaxar mesmo. Fiquei alguns poucos minutos na piscina, de olho fechado, curtindo a vida, sem pensar em nada. Nem sabia mais como era isso, e se isso ainda era possível com uma casa, marido, filha de quase 3 anos e bebê a caminho. Me permiti, sem culpas, a dedicar alguns minutos só pra mim mesmo, sem ouvir nada, a não ser o som do meu corpo. Me fez muito bem, e voltei pra vida cotidiana como se tivesse tirado férias. Disse pro Edu que precisamos fazer isso mais vezes!!
Decidimos trocar Dandara de escola, e acreditamos que dará super certo, apesar do momento de grande mudança que é a chegada do seu irmão. Preferimos mudar agora, onde poderei me dedicar exclusivamente para sua adaptação na nova escola, ao invés de permanecer mais um ano na escolinha dela, que acreditamos na proposta, mas não me adaptei, a verdade é essa. E alguns sinais de Dandara me dizem que ela também não, apesar do saldo ser positivo.
Faltam 2 meses pro niver da florzinha, que tô adorando preparar, a Cinderela e suas nuances que Dandara tanto adora, suas fantasias, castelos, vestidos, amores, bibitibopitibuuuum!!!!
E lá se vai mais um ano!!!

Gases nossos de cada dia

Nossa, tinha esquecido de como uma grávida tem gases. Cara, é o tempo todo, independente do que você coma. Tenho sim evitado feijão preto, substituo sempre por outra leguminosa (tenho comido muito grão de bico), e quando não como feijão, capricho na beterraba, no espinafre e outras delícias.
Ontem fiquei bem incomodada e senti cólica... de gases. Aff
Hoje fazemos 12 semanas, completando o terceiro mês, saindo daquela sensação constante de perigo, por mais que eu tentasse abstrair e só curtir.
Terça temos a translucência nucal, que foi um pedido do Edu. Já tinha decidido que não ia fazer, mas pra ele é importante e depois de muito conversarmos, inclusive com a helô e com o médico da ultra, decidimos fazer.
Ah! minha barriga tá grandinha, bem maior que da Dandara nesta época.

Bjs bjs

E lá vamos nós de novo!!!

Quanto tempo não passo por aqui!!!!
Tanta coisa aconteceu... e a melhor novidade de todas é que ESTOU GRÁVIDA!!!
11 semaninhas hoje!
A ficha custou a cair. Esta semana tirei a primeira foto, só pra terem uma idéia de como estava minha cabeça.
Com 7 semanas, tive um sangramento leve que me fez ficar 12 dias de repouso absoluto. E então lembrei de tudo que me aconteceu há pouco mais de um ano, o bebezinho que havia me escolhido por tão pouco tempo... E agora lá vamos nós de novo!!!
E como já era esperado, quem me acompanha no pré-natal é a Heloísa.
Esta sim é a grande jornada desta gravidez!!
Entender meus medos, criar um vínculo com esta pessoa tão especial e competente que é a Helô.
Edu embarcou nesta comigo, de corpo e alma, e outro dia soube que ele já comenta sobre o parto natural com os amigos! Achei o máximo!!! E devagarzinho vamos entrando neste caminho sem volta que é o empoderamento, a maternidade e paternidade conscientes.
Até exatas 10 semanas, enjoei muuuito. Conseguia comer, não vomitava, mas nossa, o enjôo da gravidez é diferente de TODOS os enjôos que já senti pela vida, eolha que fui aquela criança que enjoava em TODAS as viagens de carro, ônibus, avião, tudo! É um enjôo insuportavelmente confortante (??). Sim!!! meu corpo dá sinal de que está mudando, que entende que recebe um serzinho tão pequeno e tão dependente, que reage da maneira mais bela da lei da física de ação e reação!!!
Tenho tanta coisa pra contar!!! A relação da Dandara com o seu irmão/a, de trabalhar grávida, tanta tantas novidades pra mim!!!
Volto volto logo!!!

Beijos de uma prenha muito feliz!!!

5 coisas que não sou, gostaria de ser, mas arrisco...

1. Vaidosa... tento fazer a unha uma vez por semana por causa do trabalho, reuniões, etc etc, e porque acho bem bonitinho mesmo, mas quando vejo a unha ta horrorosa, esqueci de marcar a manicure. Tento passar um batom antes de sair, mas quando vejo já saí sem nem me olhar no espelho. Me forço a passar hidratante no corpo todo, só que quando vejo minha perna tá que nem uma cobra, e só passei no braço e no rosto, ou onde for visível com a roupa do dia. Tento fazer depilação regularmente, mas quando vejo, floresta amazônica. Tento fazer limpeza de pele, mas quando vejo, já se passou mais de um ano da última. Arriscar, eu arrisco...

2. Cozinheira... quando eu faço o que já sei, dá super certo. Experimento muito, dá certo também. Agora quando invento uma coisa da minha cabeça sem nem olhar uma receitinha básica, pronto, já era. Mas em geral, faço uma comidinha gostosinha.

3. Paciente... tenho respirado fundo, mesmo nos dias de tpm horrorosa. Tô bem melhor que antes, mas ainda bem longe do que gostaria.

4. Natureba e agroecológica total... adoro comer todos os legumes ensopadinhos que faço, as verdurinhas, os bolos e pães integrais, sempre busquei uma qualidade e segurança alimentar, mas gente, deu uma hora da tarde, tô saindo do trabalho pra pegar a Dandara, morrendo de fome, passo em frente ao MC, paro no Drive e peço um cheddar. PQP, não resistoooooo

5. Organizada... detesto ver a casa bagunçada, as coisas fora do lugar. Adoro tudo arrumadinho, mas ao abrir meu guarda-roupa, tenho que encostar na porta pra não cair tudooo. O que está a vista em casa está arrumado, mas dentro dos armários...!!!!!!! aff. Com a cozinha e as coisas da Dandara, tenho conseguido ser organizadíssima. Palmas!! mas ainda falta muuuito. Minha bolsa é uma zona, toca o celular e eu fico procurando até que quando acho, ele pára de tocar. Documentos estão guardadinhos em uma pasta, mas onde coloquei a pasta??? Um dia eu chego lá...

Essa brincadeira recebi na queridona Ana Sixx, do blog http://www.anasixx.blogspot.com/

Convido pra brincar também:

Gabi, do http://amaesoueu.blogspot.com/
Ronny, do http://mundoecotidiano.blogspot.com/
Dani, do http://www.fazendopose.com.br/blog/
Thaty, do http://www.gotasdaalma.blogspot.com

Confissões da mãe


Comecei a ler o livro "Confissões de mãe", da Maria Mariana. Objetivo, linguagem simples e cheio de amor nas entrelinhas. E neste diário, ela escreve algumas cartas para suas filhas, contando o seu caminho na maternagem. Fiquei especialmente encantada com uma parte, e com outras também, tive vontade de trazer tudo pra cá pra contar!! Eu me identifiquei com o carinho e sentimento de responsabilidade que ela põe no livro.

"Será responsabilidae sua, filha, enquanto viver, sinalizar tendências negativas de seus filhos. Auxiliar a desenvolver tendências positivas. Dar o bom conselho com muito amor e continuar educando sempre.

Assusta. Assusta um tanto. Mas o peso também fará de você um ser humano mais forte.

(...) A gratidão no coração de mãe é um sentimento é poderoso: traz simplicidade para nossas vidas, em qualquer momento e para todas as dúvidas traz clareza; vem arrumando o emocional e põe todas as coisas em seus devidos lugares. Nos faz abaixar a cabeça peranto o divino, encontrando assim, sabedoria para realizar a tarefa."


Particularmente hoje, que penso na ausência da minha mãe em minha vida, no que poderia ser construído na relação avó-neta, e no que poderia ser revivido na de mãe e filha. Enfim, essa é a vida que a gente escolhe, neste ou em outro plano, mas escolhe. E tô aqui pro que der e vier.
* Na foto, vovó Isaura e Dandara


Vidro de palmito

Alguém pode me dizer QUEM inventou o fechamento de um vidro de palmito????????????????????????????????????????????????????
Edu viajando... nenhuma faca deu jeito...
Abri!!!!
Só de raiva comi o palmito TODOOOO!

Já tô com saudade!!!


Tu


É zero caloria


me abre o apetite


Só de te olhar eu sinto fome


Chamo pra dançar e tô aceito


No pé de serra a gente se come


Com pimenta malagueta


O coração bate


Olha que eu tô de dieta


Mas tu é light


Tu É passo leve de guiar


Tu é proza boa de curtir


Tu é moça feita pra casar


E eu como é quando da na veneta


É doce mas eu posso abusar


Da sua entrada


Do prato principal


Sem medo porque tu não tem colesterol


Sem medo porque tu


Sem medo porque


Sem medo porque tu...És uma magrita gostosa!


"Tu - Maurício Baia"

SEMANA MUNDIAL PELO RESPEITO AO NASCIMENTO - EU APÓIO!!


Esta semana um montão de mamíferas e órgãos em prol da vida e nascimento mamíferos estão plugados para falar sobre gravidez, nascimento e maternagem de uma maneira simples, porque o nascimento e a vida SÃO simples, basta ouvir a voz do coração e o seu instinto.
Informação, participação, questionamento, amor, carinho e dedicação fazem parte de uma maternidade ativa, empoderada e feliz!!!
Em várias cidades do Brasil acontecem exposições fotográficas, e aqui no Rio acontece na
Livraria Largo das Letras – de 12 a 17 de maio , no Largo dos Guimarães, no bairro de Santa Tereza, aqui pertinho de casa. Amanhã irei conferir!!!
E vamo que vamo!!

*"Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento 2009:a gente apóia essa idéia!
EXPOSIÇÃO DE FOTOGRAFIAS
Por uma nova forma de gestar, parir e nascer!
De 11 a 17 de maio diversos países estarão comemorando a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento (SMRN). Para marcar a data no Brasil, a Rede Parto do Princípio (www.partodoprincipio.com.br) realiza uma exposição nacional com fotos em preto e branco de mulheres brasileiras no momento do nascimento de seus filhos. A exposição acontece simultaneamente em várias cidades do país e tem como objetivo incentivar o vínculo afetivo entre mãe e filho, a amamentação na primeira hora de vida e o parto humanizado. Em alguns municípios a exposição começa mais cedo, em comemoração ao Dia das Mães ou estende-se por mais tempo. (Confira abaixo a relação de locais e datas).
A Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento (www.smar.info ), iniciativa da Associação Francófona pelo Parto Respeitoso ("Alliance Francophone pour l'Accouchement Respecté" - www.afar.info) é celebrada anualmente, desde 2004, durante o mês de maio em diversos países.Este ano, a campanha aborda O aumento da taxa de cesarianas no mundo com o slogan Diga não à cesárea desnecessária!
A Parto do Princípio é uma rede de mulheres, consumidoras e usuárias do sistema de saúde brasileiro, que oferece informações sobre gestação, parto e nascimento baseadas em evidências científicas e recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS). Conta hoje com mais de 300 pessoas trabalhando voluntariamente, em 16 estados e no Distrito Federal, na divulgação dos benefícios do parto ativo.
Para a Parto do Princípio, a Semana Mundial pelo Respeito ao Nascimento é uma ocasião para reafirmar publicamente que a reprodução humana é um fato social em primeiro lugar; que a mudança é possível e que nunca é tarde para que os profissionais e os estabelecimentos médicos revejam suas práticas.
Para a realização da Exposição, a Rede contou com o apoio do Guia do Bebê (www.guiadobebe.com.br).
Os riscos da cesariana
No Brasil, 79,7% dos partos no setor privado1 são cesarianas, em sua maioria eletivas – realizadas antes do trabalho de parto – o que claramente revela o desconhecimento da população acerca dos riscos intrínsecos à realização desta cirurgia.
Mesmo no setor público, as taxas 27,5% de cesariana atingem praticamente o dobro do recomendado pela Organização Mundial de Saúde, que é de 15%. Entretanto, este excesso de cirurgias cesarianas não reflete em melhores resultados maternos e neonatais, visto que o Brasil, desde a inclusão da “cultura da cesárea” não apresenta redução nos seus altos índices de mortalidade materna (75 mulheres a cada 100 mil nascido vivos), segundo a conceituação da OMS (que aceita um índice de 20 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos).
É necessário que a sociedade se mobilize divulgando ações e disseminando informações acerca deste tema, para que nossas mulheres e crianças não sejam submetidas a riscos aumentados – na maioria das vezes, desnecessários – em um momento que deveria ser de tranquilidade, intimidade e segurança.
ALGUNS RISCOS DA CESARIANA
Para a Mãe
- Maior risco de Morte Materna em decorrência da cirurgia (2,8% maior na cesariana eletiva quando comparada ao parto vaginal)
- Maior risco de Histerectomia – retirada dos órgãos reprodutivos
- Maior probabilidade de Internação Prolongada
- Maior chance de desenvolver Infecção
- Risco aumentado de Depressão Pós-Parto
- Dor generalizada ou no local da cirurgia
- Risco de criação de Coágulos Sanguíneos e Trombose
- Corte Cirúrgico Acidental em outros órgãos
- Obstrução Intestinal


Para o Bebê
- Contato Tardio com a mãe
- Corte Cirúrgico acidental
- Maior probabilidade de Fracasso no Aleitamento Materno
- Maior dificuldade para estabelecer o Vínculo Afetivo
- Desconforto Respiratório por iatrogenia – interferência médica no processo natural
- Maior possibilidade de desenvolver Asma

Para Gestações Futuras
- Aumento das taxas de Infertilidade
- Maior possibilidade de Gravidez Ectópica
- Maior possibilidade de Placenta Prévia
- Riscos aumentados de Ruptura Uterina
- Dor abdominal decorrente de Aderências – outros órgãos aderem à cicatriz cirúrgica
- Descolamento Prematuro de placenta"

* Texto retirado do site www.partodoprincipio.com.br


Esqueça a técnica depois de aprendê-la


Desde que eu estava grávida da Dandara, tinha duas certezas: amamentação e shantala. E tinha uma vontade: parto normal. Acredito hoje que eu não tinha a certeza do parto normal, por isso na hora P eu não enfrentei a médica, estando eu em pleno trabalho de parto. Passou, aprendi e busquei aquela certeza que me faltou sobre o parto normal, hoje pra mim o parto natural, que a força da natureza fará no próximo filho.

O início da amamentação foi bastante complicada. Pega errada, peito rachado e sangrando por 15 dias, uma dor que nunca tinha sentido antes, e nós ali, eu e Dandara, grudadas dia e noite. A certeza me fez insistir, deixar o maior amor do mundo fluir. Cada vez que Dandara dormia no meu peito, eu tinha um prazer tão grande em amamentar, uma conexão com minha filha que mesmo o papai que estava grudado na gente o tempo todo não era capaz de entender. Uma força que só quem amamenta exclusivamente e em livre demanda entende. E no momento que o peito rachado cicatrizou simplesmente porque Dandara mamava o tempo todo, depois de ter tentado várias técnicas e a pega correta, Dandara não mudava a posição de mamar. Eu deixei fluir pelo olhar do coração.

E então Dandara ainda nao tinha um mês e eu estava ansiosa por aumentar este vínculo nato entre nós duas. Eu sentia que já podia fazer a Shantala, mas ficava insegura de fazê-la antes de completar um mês de vida. Hoje sei que cada criança é uma, e a ligação entre mãe e filha dirá se está na hora de iniciar uma nova fase, seja ela qual for. Comecei a shantala no primeiro dia de um mês completo, e fiz algumas adaptações que senti necessidade e deu muito certo.

A mãe conectada entende o que seu filho quer antes dele chorar. Não quero dizer que a mãe que não entende o choro do seu filho não ama nem é boa mãe, nada disso. Quero dizer que deixar inundar-se pelo amor de mãe é possível para qualquer mulher, seja ela mãe biológica ou de coração. A ligação entre mãe e filho é natural. E no dia a dia, como qualquer relacionamento, precisa ser cultivado.

Hoje entro mais madura na preparação para uma nova gestação. Na primeira gravidez, li tanto tantas técnicas e nomes que acabei me confundindo e não me atendo ao que realmente importava, que eu sabia que eu queria mas estava no caminho errado, o parto natural.

O conhecimento técnico é importante, a gente respira os avanços tecnólogicos e praticidades mil da vida moderna. Técnica também é a posição que a mulher prefere na hora de parir, é olhar no olho da cria e saber que ela está feliz ao ser amamentada, é escutar o choro e lembrar que existem diferentes tipos e entonações de choro, e reconhecer isso simplesmente por amar, por permitir-se, por resgatar a essência da alma que está em cada um de nós.

Felizes dias para todas as mães!!

Filha é filha


A gente nasce numa família, cheia de cuidados, querendo e merecendo por si só, por ser quem se é, receber todo o amor do mundo. O que a gente vê por aí e aqui é que a gente dá o que recebe, a gente ama como nos amaram. Será?
Quando brinco com a Dan, eu me vejo brincando com minha mãe. A vó da Dandara, a vovó Isaura, sentava com as suas meninas pra brincar de comidinha, de casinha, de mamãe, de Barbie, de escolinha, de escritório, de roda, de mãozinha (uma música portuguesa) e outras tantas brincadeiras. A minha mãe, como eu a chamava, era muito ocupada, fazia absolutamente tudo sozinha dentro de casa, com extrema perfeição, sem acumular roupa no cesto ou pra passar, sempre com comida fresca no fogão, e quente, sempre com a casa limpa, a cama feita, a vaga na escola, a lista de material completa apesar da privação financeira, a alimentação mega saudável, e com uma úlcera nervosa acentuadíssima que quase a levou a morte tempos depois. Essa mulher ocupada brincava com suas filhas. Aquela mulher que vivia nervosa, batia na gente, fazia conosco o que aprendeu com seus pais, a resolver as experimentações e peraltices infantis no tapa, aquela mulher que tinha um casamento naufragado, reinventou o seu dia-a-dia como mãe. Ela deu muito mais amor do que recebeu. Poderia ter dado mais? Poderia não ter errado tanto nos tapas e gritarias? Poderia ter feito melhor? Sim, todo mundo pode, mas o fato é que ela amou muito mais do que foi amada.
Tento curtir o momento, me envolver nas brincadeiras e sapequices da Dan. Passados 2 anos e 3 meses de vida, eu me vejo mais paciente diante de uma descoberta dela abrindo o tubo de "tomada" e se melecando toda, abrindo a bica do banheiro e molhando toda roupa, o chão, a casa toda. Eu chamo atenção, explico que não é legal, às vezes me estresso, sim, porque não tenho ainda a calma que gostaria de ter, mas respeito-a como criança que é. Ela simplesmente faz, sem entender ou conhecer as consequências, ela se arrisca, vive intensamente, e isso é tão lindo!! Ser amada como criança a faz segura de si, a não ter medo de absolutamente nada, e admirar a vida sem nenhum filtro.
E nesse caminho eu penso que ser mãe é saber valorizar este momento único de convívio com um ser que depende de você para tudo. É dar o seu melhor, é se deixar envolver pelo amor mais puro, pleno e básico por ser o que se é: mãe e filha.

Nosotros

A faca e o queijo
música e letra: Gilberto Gil1995
Você reclama
Que eu não lhe faço uma canção
Acha que a chamaA velha chama da paixão
Não nos inflama mais
Com tanto ardor
Como na época em que éramos
A faca e o queijo
A faca e o queijo
E o desejo tinha mãos
E as mãos, traquejo
No bom manejo da emoção
No jeito de tomar
No ato de cortar
No simples fato de juntar
A faca e o queijo
A gente ama
E o amor produz transformações
A velha chama
Acende novas ilusões
Com mãos bem mais sutis
Novos desejos
Vão tornando nossos beijos
Mais azuis, menos carmins
Você reclama
E eu sei que é só por reclamar
Como quem chama
Outra criança pra jogar
Seus jogos infantis
Ainda nos vejo como outrora
Faca e queijo, sim
Num tempo mais feliz

Copo cheio

Acabei de conhecer esta música. Amo o Gil, eu e Edu escutamos muito, ele toca na viola várias, mas nós não conhecíamos esta música. Adoramos!!! Dica do CD da minha amiga Anita Sixx Garibaldi, do blog www.anasixx.blogspot.com

Copo vazio

música e letra: Gilberto Gil1974

É sempre bom lembrar

Que um copo vazio

Está cheio de ar

É sempre bom lembrar

Que o ar sombrio de um rosto

Está cheio de um ar vazio

Vazio daquilo que no ar do copo

Ocupa um lugar

É sempre bom lembrar

Guardar de cor

Que o ar vazio de um rosto sombrio

Está cheio de dor

É sempre bom lembrar

Que um copo vazio

Está cheio de ar

Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho

Que o vinho busca ocupar o lugar da dor

Que a dor ocupa a metade da verdade

A verdadeira natureza interior

Uma metade cheia, uma metade vazia

Uma metade tristeza, uma metade alegria

A magia da verdade inteira, todo poderoso amor

A magia da verdade inteira, todo poderoso amor

É sempre bom lembrar

Que um copo vazio

Está cheio de ar

É isso!

Hoje fui conhecer a parteira da minha cria. Eu a conheci na abertura da Semana da Amamentação de 2007, eu lembro dela, e no meio de tantas peitudas amamentativas, claro que ela não lembrava de mim. Depois eu a vi na palestra do Michel Odent. Era a Madre de Santa Tereza! Seu semblante calmo, lúcido e seguro.
Hoje eu a conheci de fato. Conversamos rapidamente, tantas mães e seus bebês que foram cuidados por ela, tanta gente com saudade daquela pessoa especial. Eu estava ali, tímida, observadora, receptiva, escutando e afirmando aqui dentro a minha certeza.
No meio de tanta gente, eu me senti pequenininha. Com tanta mulher que pariu, com tantos bebês nascidos naturalmente, eu me senti pequena, mas não menor. Me senti pequena nessa imensidão de famílias que optaram por um nascimento incomum, pelo resgate do bem nascer, pelo prazer do parto. Me senti feliz por ser tão pequena, por ser mais uma que deseja ser dona do corpo, do gestar e do parir, por ter visto que cada vez mais as mulheres buscam o bem viver. Que maravilha que na casa onde estávamos, já não cabíamos!
Me emocionei com tantos relatos, com a delicadeza com que ela colocava as nuances dos partos, com o jeito que cada mulher contava o seu momento luz, e como tudo o que eu ouvia entrava em meus ouvidos somente para reafirmar a certeza que está no meu coração.
Eu posso, eu quero, eu mereço, eu desejo!
Obrigada, meus deuses, por me fazer enxergar ainda nesta vida o resgate da minha essência, da essência da mamífera que sempre existiu, por si só, por ser simplesmente Renascida.
Força do Vento
Lô Borges
Composição: Rogerio Freitas

Pela fresta desta janela
Ouvi o vento
E te rouba do meu leito
Sem ao menos me dizer
Para onde vai te levar
Quem se apossa assim tão fácil
É, não vai muito além
Pois na força da manhã
Posso ser muito valente
Prá vencer o espaço e te achar
Adormece o tempo
Que a fada te jurou
Fere o dedo no teu sonho
Se assusta com o meu beijo
E acorda a tempo
De saber que ainda eu sou teu rei
Vale mais a força do pensamento
Quem se apossa assim tão fácil...

O engraçado do palhaço


Eu adoro palhaço, palhaçadas, bobeiras, rir, chorar de rir, sorrisinho tímido, sorriso sem sorrir, adoro estar alegre! E assim eu posso rir do que não gosto no mundo, nas pessoas.

Às vezes você faz uma coisa que você se orgulha, ou melhor dizendo, que sua estima fica lá no alto, mas é uma coisinha tímida, ninguém nem sabe, nem viu, nem comentou. Aí vem alguém e copia, todo mundo vê, comenta, acha o máximo.

Eu faço as coisas que tenho vontade, dentro do que acredito, procurando não magoar os que estão perto de mim. Eu sou autêntica, sou mesmo. Aliás, esta minha característica muitas vezes foi um problema, porque tanta coisa que eu poderia ter copiado e ninguém saberia. Cada um é cada um. Só que eu me indigno, sim, quando vejo injustiça ou alguém que se faz de justa e correta com o mundo, e no amanhecer da criatividade pega e copia o que eu criei. Me dá nos nervos!

Mas o palhaço é engraçado mesmo.

Simples assim

"Tudo o que hoje preciso realmente saber, sobre como viver, o que fazer e como ser, eu aprendi no jardim de infância. A sabedoria não se encontrava no topo de um curso de pós-graduação, mas no montinho de areia da escola de todo dia. Estas são as coisas que aprendi lá:
1. Compartilhe tudo.
2. Jogue dentro das regras.
3. Não bata nos outros.
4. Coloque as coisas de volta onde pegou.
5. Arrume a sua bagunça.
6. Não pegue as coisas dos outros.
7. Peça desculpas quando machucar alguém.
8. Lave as mãos antes de comer e reze antes de deitar.
9. Dê descarga.
10. Biscoitos quentinhos e leite fazem bem para você.
11. Respeite o outro.
12. Leve uma vida equilibrada: aprenda um pouco, pense um pouco... e desenhe.. e pinte... e cante... e dance... e brinque... e trabalhe um pouco todos os dias.
13. Tire uma soneca às tardes.
14. Quando sair, cuidado com os carros.
15. Dê a mão e fique junto.
16. Repare nas maravilhas da vida.
17. O peixinho dourado, o hamster, o camundongo branco e até mesmo a sementinha no copinho plástico, todos morrem... nós também."

Despertar

Os filhos nascem, mamam, a gente materna com a certeza de que está fazendo o melhor pra cria. Questiona, busca informação, repensa, se sente um ET no meio das informações e opiniões comuns. Escolhe um médico acreditando que é o melhor, mesmo sabendo que não é o caminho que gostaria de verdade. A gente se sente perdida. E então busca a turma certa, pessoas que entendem a nossa língua, que nos apoiam nas decisões. A gente não precisa provar nada pra ninguém. Mas chega um momento ápice, onde o terremoto é tão forte que abala tudo, dali você não passa. Pára tudo!
É muito bom encarar a verdade, escolher consciente e ter a certeza de que fez o melhor. Mas não é fácil.
Eu achava que Dandara nunca precisaria ser medicada com antibiótico, esse anti vida que corta a chance de se renovar, do corpo e mente sairem mais fortes. Passei quase um ano sem levar Dandara na médica que acreditava, na homeopata que caminhava com a gente. Eu vacilei sim. Achei mesmo que a Dandara com sua fortaleza do peito de 2 anos e 2 meses aguentaria o tranco de várias horas de escola, maior exposição às doenças, desmame e desfralde. Não foi bem assim...
Dandara tomou uma bomba que em meia hora fez com que ela se sentisse melhor, indo contra todos os meus princípios, que não foram respeitados por mim desde o momento que achei que ela estava protegida por si só. Não estou aqui me culpando, estou refletindo.
Ela já tinha dado sinais de que não estava bem. Muito arredia, agitada, nervosa, percebi que estava muitas horas na escola, mais do que ela gostaria, apesar de ser a adequada para minha etapa profissional. Desmamou naturalmente, começamos então o desfralde, que foi uma etapa demorada e culminou numa gripe muito forte e numa perturbação e incômodos com o ambiente, levando a uma sinusite. Febre de quase 40 graus, num limite para uma internação. No meu limite com toda essa bola de neve. Eu não consegui encarar não medicar.
Em algum momento eu me perdi, acreditei no que não existia. Maternar consciente é um conjunto de fatores, de posturas e atitudes da família, do pai, da mãe e dos espaços que participamos, e do filtro que você põe em você mesma do mundo comum. Nossa, como tem horas que a gente se sente tão tão cansada de lutar contra o mundo! Pára tudo de novo!
Não preciso lutar contra nada, preciso ser a mudança que quero ver, ponto.
Estou mais forte, certa do que não quero, e voltando pros meus princípios, minhas raízes ecológicas, meu renascimento. Repenso minha profissão, o meu papel como mãe e o meu tempo para a vida que quero e acredito. E levo minha filha e meu companheiro comigo, porque somos um, cada dia mais, contando com nós mesmos e com a grande teia da vida.

Remamar...???

E Dan pediu mamá.
E eu dei.
Gente, como eu estava com saudade...
De ver seus olhinhos nos meus, da mãozinha sempre tão pequenina no meu rosto, da certeza de que ela está sendo alimentada, imunizada e amada.
Neste último mês que Dan desmamou, ela ficou muito diferente. Impaciente, gritona, chorona, estranha, me dizendo alguma coisa.
Penso que muito tempo na escolinha e pouco tempo em casa pode ter causado isso. Porém agora eu tenho certeza de que o desmame, mesmo que natural, mesmo que partido dela, a modificou. E como ela, desde ontem quando pediu o mamá no auge da segunda gripe em dois meses, está mais calma, mais sorridente, mais feliz. E como amamentar é muito muito mais do que alimentar. É corpo, é nutrição, é alma, é puro amor, é imunidade, é uma ligação eterna, é saúde pra sempre!
E assim vamos tocando o tempo, conhecendo e reconhecendo os sinais da vida!
Eu te amo, Dandara linda flor do meu jardim!

Parto e agricultura

Estava eu nas minhas buscas pela net sobre parto domiciliar e mergulhada nos relatos de parto, emocionada e imaginando como será o parto do meu próximo filhote, e acho um livro chamado "O camponês e a parteira", do Michel Odent.
Amanhã vou ouvi-lo de perto, numa palestra que a Re Bougleaux gravidíssima me convidou com muita doçura, e sinto como um grande privilégio ter uma pessoa ao meu lado que me possibilita tanta informação e o convívio com tantas pessoas afins. Obrigada, Re, por tudo!
E então eu tô aqui matutando o que a agricultura tem a ver com a forma de nascer. Gente, tem tudo a ver!! E de repente me bateu o estalo, aquele estalo de anos atrás, no segundo período de Agronomia na Rural, aquele caminho sem volta. O mesmo que me fez militar, acreditar e viver a justiça, o respeito e o amor pela vida e pela agricultura limpa, no seu mais profundo significado, o homem, o céu, a terra, o seu alimento do corpo e da alma, a autoestima, a Agroecologia.
Eu hoje me sinto como naquele dia, na volta do estágio de vivência em Santa Catarina. Pequenininha diante dos meus mestres que mostraram o caminho, companheiros do GAE.
Ana Sixx, Rê Bougleaux, Kely são as três que compartilham minhas angústias, alegrias e medos. Muitas outras mamíferas das listas, blogs e sites que nem sabem como iluminam meu caminho, mas estão ali, me mostrando o que já está entranhando na minha alma.
Essas meninas são tão fortes em suas maternagens que eu sinto como se já conhecesse a parteira da Cora, como se ela fosse uma grande amiga.
É idêntica a energia que sinto agora de quando encontro um companheiro agroecológico que nunca vi na vida, porque a gente se identifica nesta grande teia da vida.
Sinto como uma grande rede a agroecologia e o parto natural. Gente! estava ali na minha cara! Não tem mais volta, que lindo!
Com a mesma paixão e crença, viro a partir de hoje uma militante da alegria de nascer e viver! Da agricultura limpa e justa mais do que nunca, e do bem nascer agora e para sempre.

Mamãe eu quero mamá

Dia 12 de março, quinta-feira. Dandara acordou no seu berço, chamou mamãe, Edu foi lá e ela disse: não, qué mamãe! Ele a pegou, trouxe pra nossa cama como de costume, e ela não pediu mamá. Brincamos os três, a maior delícia da manhã, acordar cheia de vida e de energia pra enfrentar a labuta.
Dia 13 de março, sexta-feira. Dandara acordou, ficou quietinha, eu ouvi de longe que ela estava acordadinha. Fui lá ver. Eu cheguei, ela disse bom dia mamãe, e veio no colinho. Brincamos as duas na cama, enquanto Edu fazia abdominal. Não pediu mamá. Á tarde, tínhamos o vôo pra SP. Não pediu pra mamá.
Dia 14 de março, sábado. Estávamos na casa da vovó Ana, e Dan super espoltinha como sempre, morrendo de sono e não dormia. E então eu ofereci o peito, ela pegou 2 segundos cada mamá, e não dormiu, foi correndo voltar a brincar.}
Dia 15 de março, domingo. Churrasco no tio Marcelo, todos da familiona do papai. Dandara brincou muito, curtiu a prima Analu, voltamos pra casa a noite e não houve se quer um "mamãe, qué mamá... agóia ôto mamá". Dan dormiu o vôo inteiro, chegou em casa embalada e só acordou de manhã.
Dia 16 de março, segunda. Acordamos cedo, semana começando, escolinha às 7:30 pra mamãe ir trabalhar. Não pediu pra mamá. Ficou o dia inteiro na escola. Levou 2 mordidas, não me pareceu abalada, contou quem tinha sido, tudo numa boa.
Dia 17 de março, terça. Manhã pra nos curtirmos, brincamos muito. Dan dormiu por quase 4 horas depois do almoço, passou a hora de ir pra escolinha, e quando acordou não quis ir, chorou e não pediu mamá. Fiquei preocupada com as mordidas, com os machucadinhos que vêm se repetindo. Amanhã temos conversa na escola.
Dia 18 de março, quarta. Dia longo, Dan fica na escolinha o dia todo de novo. Maior saudade, sempre que chego depois de um dia todo ela vem correndo quando chego pra apanhá-la e me abraça, diz "te ama""xaudade". Fez tudo igual, menos pedir pra mamá.
Dia 19 de março, quinta. Ficamos brincando de manhã, adorou o joguinho de opostos, no fim da manhã já estava associando os pares opostos, às vezes se irritava quando não dava certo, mas não pediu mamá. Ela fez cocô 2 vezes e em muita quantidade, tomou banho, almoçou muito bem, escovou os dentinhos e dormiu mais rápido do que de costume. Deitou e dormiu, como quase nunca. E não pediu mamá.
Dandara desmamou. É uma sensação maravilhosa e ao mesmo tempo agoniante. Foi do jetinho que eu acreditava que seria, do jeitinho que ela quis. Hoje comecei a cantar a música que ela adora e canta tão lindamente: mamamamamamãe eu quéio, mamãe eu quéio, mamãe eu quéio mamá, dá a supeta, dá a supeta, dá a supeta pro bebejinho não xôiá", aí ela falou: não qué mamá, mamãe, ôbigada. Foi muito engraçado, e eu me sentindo estranha por dentro, minha bebê é uma menininha. Uma bebê que recebeu muito colo, que foi ninada no colo, que dormiu conosco, que dorme com a gente quando quer, que mamou muuiito, que andou grudada com a mamãe pra cima e pra baixo, que demorou pra aceitar outros alimentos porque só queria mamar, que nunca ficou chorando sem que eu e o papai a acalentasse. Uma menininha espoleta, cheia de saúde e energia, livre, segura dentro do seu mundinho, aprendendo a se socializar, conhecendo outras formas de viver, outras pessoas, outros olhares.
Missão cumprida nesta etapa.

Volta

Volta, eu acordei.
O dia tá lindo. Uma praia, o mato, frescor, uma redinha. O largo na mesma paz sem voz de sempre.
Passou.
Preciso mesmo viajar. Eu sou de lua e você sabe, sempre soube.
O meu bem meu mal é não viajar.
Vamos viajar?

Quebra-cabeça de 100 peças

Eu nunca gostei de montar quebra-cabeça. Me quebrava a cabeça, a paciência e me achava jogando um tempo fora. Hoje continuo não gostando de montar quebra-cabeças, mas eles estão aí. Ou eu monto, resolvo o problema que está na minha cara, ou o vento vai espalhar as 100 pecinhas.
Para quem está acostumado a montar quebra-cabeças, juntar 100 pecinhas é moleza. 100 peças pra mim é coisa pra caramba. Talvez se eu tivesse exercitado essa façanha na infância, seria mais fácil agora encarar esse quebra-paciência. Mas o SE não existe na história. Taí a realidade, tenho que encarar.
Olho pro lado. Meus problemas são realmente pequenos diante da imensidão de doenças, de desastres, da fome, do analfabetismo, da miséria. São meus, um quebra-cabecinha de 100 peças? moleza resolver.
Conto um conto, aumento um ponto. Eu dou um puta valor pra tudo. Valorizo, elogio, me empolgo. Com as coisas inúteis também. Que linha tênue essa coisa de valor. A gente passa pela infância admirando e acreditando no que nossos pais nos mostram. A gente cresce cheio de coisas que não foram resolvidas na infância. A gente enlouquece tentando mudar nossos valores. A gente consegue ser a pessoa que desejamos ser. Vem um vento e desmonta o quebra-cabeça todo de novo. Aquele quebra-cabeça pequenino que você demorou anos pra montar.
Antes do vento tem sempre alguém pra te falar pra tomar cuidado, que o quebra-cabeça é frágil, uma brisa leva tudo.
Escolhi um quebra-cabeça com peças de madeira. Ía demorar o mesmo tempo para montá-lo, mas depois de montado, era mais difícil de ser desmontado. Consegui. Mas estava faltando uma peça, uma única peça. Caramba, veio com defeito ou eu a perdi? Poxa, que fácil colocar a culpa no fabricante. Eu a perdi, até mesmo porque fiquei anos pra montá-lo. Aquela mesa de centro que passou anos com as 100 peças em cima mudou de lugar, mas estavam todas lá. Ah! veio alguém e limpou. Será que foi ela? É fácil culpar alguém. Não importa quem foi, importa que o quebra-cabeça é meu e eu que sou responsável por ele. Perdi.
Um belo e iluminado dia passo pela mesma mesa, intacta por sinal, cheia de poeira, e vejo que aquela peça que falta não faz a menor diferença na foto do quebra-cabeça. É aquela peça que tem uma cor só, quase do canto do brinquedo, que não impede que eu entenda o que há na foto. Puxa, como eu pude ser tão tola e perder um tempo tão precioso da minha vida saudável e perfeita com uma peça, uma única peça?? Acordei.
Não gosto de quebra-cabeça mesmo.

Hoje é amanhã


É amanhã. Parece que estou vivendo nele há uma semana, tamanha a ansiedade. Eu sou uma menina ansiosa, muito menos do que já fui, muito mais do que gostaria ser.

Amanhã tá demorando pra chegar. Parece uma eternidade, eternidade feliz, contando os minutos pra acontecer, não aquela hora que não passa nunca!

Enquanto essa hora não chega, preparo com carinho as pequeninas coisas, penso num mimo a mais que tenha a sua cara, uma florzinha aqui, um chocolate ali, uma ligação pra confirmar o mais que confirmado. Quero que tudo saia perfeito, sabendo que perfeição é bobagem. Sempre busco a perfeição, mas ela teima em andar longe de mim!! Nestes últimos 2 dias, ela andou bem longe, por sinal. Um montão de coisas não andaram como eu gostaria, e talvez como a vida quer. E tô aqui tentando ficar tranquila, deixar as coisas acontecerem por si só, já que acredito ter feito tudo o que estava ao meu alcance.

O dia amanheceu chuvoso, e acaba de abrir um sol lindo com um ventinho fresco. Maior medo da chuva chegar amanhã. Nosso momento será ao ar livre, num lugar escolhido com todo amor para receber os amigos mais queridos.

Amanhã não chega...

Você está aqui do lado escrevendo com caneta, descobrindo uma régua com desenhos, cantando suas musiquinhas. Amanhã pra você não existe. A sua vida é hoje.

E é com esta tua tranquilidade, tua paz e teu amor pela vida que aprendo como é maravilhoso viver hoje, agora, sem pensar em nada. Querer amar e ser amada, brincar, rir e fazer cócegas é o que te faz feliz. Poderíamos somente e tão lindo fazer um bolo, nós 3, parabéns pra você, parabéns pra nós, que temos você, minha filha Dandara, como o maior presente que a vida nos deu! Pra você, tanto faz!

Iremos comemorar seu dia dando muitos abraços de urso em grandes amigos, pessoas que caminharam juntas nesses 2 anos e 9 meses da tua vida. Alguns mais, alguns menos, e todos muito queridos e importantes!!

Obrigada por este sorriso, por existir, linda menininha Dandara.