Nosotros

A faca e o queijo
música e letra: Gilberto Gil1995
Você reclama
Que eu não lhe faço uma canção
Acha que a chamaA velha chama da paixão
Não nos inflama mais
Com tanto ardor
Como na época em que éramos
A faca e o queijo
A faca e o queijo
E o desejo tinha mãos
E as mãos, traquejo
No bom manejo da emoção
No jeito de tomar
No ato de cortar
No simples fato de juntar
A faca e o queijo
A gente ama
E o amor produz transformações
A velha chama
Acende novas ilusões
Com mãos bem mais sutis
Novos desejos
Vão tornando nossos beijos
Mais azuis, menos carmins
Você reclama
E eu sei que é só por reclamar
Como quem chama
Outra criança pra jogar
Seus jogos infantis
Ainda nos vejo como outrora
Faca e queijo, sim
Num tempo mais feliz

Copo cheio

Acabei de conhecer esta música. Amo o Gil, eu e Edu escutamos muito, ele toca na viola várias, mas nós não conhecíamos esta música. Adoramos!!! Dica do CD da minha amiga Anita Sixx Garibaldi, do blog www.anasixx.blogspot.com

Copo vazio

música e letra: Gilberto Gil1974

É sempre bom lembrar

Que um copo vazio

Está cheio de ar

É sempre bom lembrar

Que o ar sombrio de um rosto

Está cheio de um ar vazio

Vazio daquilo que no ar do copo

Ocupa um lugar

É sempre bom lembrar

Guardar de cor

Que o ar vazio de um rosto sombrio

Está cheio de dor

É sempre bom lembrar

Que um copo vazio

Está cheio de ar

Que o ar no copo ocupa o lugar do vinho

Que o vinho busca ocupar o lugar da dor

Que a dor ocupa a metade da verdade

A verdadeira natureza interior

Uma metade cheia, uma metade vazia

Uma metade tristeza, uma metade alegria

A magia da verdade inteira, todo poderoso amor

A magia da verdade inteira, todo poderoso amor

É sempre bom lembrar

Que um copo vazio

Está cheio de ar

É isso!

Hoje fui conhecer a parteira da minha cria. Eu a conheci na abertura da Semana da Amamentação de 2007, eu lembro dela, e no meio de tantas peitudas amamentativas, claro que ela não lembrava de mim. Depois eu a vi na palestra do Michel Odent. Era a Madre de Santa Tereza! Seu semblante calmo, lúcido e seguro.
Hoje eu a conheci de fato. Conversamos rapidamente, tantas mães e seus bebês que foram cuidados por ela, tanta gente com saudade daquela pessoa especial. Eu estava ali, tímida, observadora, receptiva, escutando e afirmando aqui dentro a minha certeza.
No meio de tanta gente, eu me senti pequenininha. Com tanta mulher que pariu, com tantos bebês nascidos naturalmente, eu me senti pequena, mas não menor. Me senti pequena nessa imensidão de famílias que optaram por um nascimento incomum, pelo resgate do bem nascer, pelo prazer do parto. Me senti feliz por ser tão pequena, por ser mais uma que deseja ser dona do corpo, do gestar e do parir, por ter visto que cada vez mais as mulheres buscam o bem viver. Que maravilha que na casa onde estávamos, já não cabíamos!
Me emocionei com tantos relatos, com a delicadeza com que ela colocava as nuances dos partos, com o jeito que cada mulher contava o seu momento luz, e como tudo o que eu ouvia entrava em meus ouvidos somente para reafirmar a certeza que está no meu coração.
Eu posso, eu quero, eu mereço, eu desejo!
Obrigada, meus deuses, por me fazer enxergar ainda nesta vida o resgate da minha essência, da essência da mamífera que sempre existiu, por si só, por ser simplesmente Renascida.
Força do Vento
Lô Borges
Composição: Rogerio Freitas

Pela fresta desta janela
Ouvi o vento
E te rouba do meu leito
Sem ao menos me dizer
Para onde vai te levar
Quem se apossa assim tão fácil
É, não vai muito além
Pois na força da manhã
Posso ser muito valente
Prá vencer o espaço e te achar
Adormece o tempo
Que a fada te jurou
Fere o dedo no teu sonho
Se assusta com o meu beijo
E acorda a tempo
De saber que ainda eu sou teu rei
Vale mais a força do pensamento
Quem se apossa assim tão fácil...